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O Novo aumento da Taxa Selic para 14,75% ao ano: como ela afeta o seu bolso?

Banco central do Brasil créditos da imagem: Enildo Amaria

O Novo aumento da Taxa Selic para 14,75% ao ano: como ela afeta o seu bolso?

01_Brasilia02POSP-1024x683 O Novo aumento da Taxa Selic para 14,75% ao ano: como ela afeta o seu bolso?
Sede do Banco Central do Brasil, créditos da imagem: Enildo Amaria

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada nos dias 06 e 07 de maio de 2025, o Banco Central anunciou um novo aumento na taxa Selic, que passou de 14,25% para 14,75% ao ano. Essa decisão reacendeu debates sobre os rumos da economia brasileira e, principalmente, sobre como essa alta afeta diretamente a vida do cidadão comum, especialmente os mais pobres.

Neste artigo, vamos te explicar de forma clara e conversacional:

  • O que é a taxa Selic e como ela funciona;
  • Por que o Copom decidiu aumentá-la;
  • Como esse aumento impacta o crédito, a inflação, o mercado de trabalho e o consumo;
  • Quais são os efeitos mais severos sobre as classes mais baixas;
  • E o que você pode fazer para proteger suas finanças.

Vamos juntos nessa? Porque o seu dinheiro merece atenção.


O que é a taxa Selic, afinal?

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. O nome vem da sigla “Sistema Especial de Liquidação e de Custódia“, mas no dia a dia ela é usada como referência para todos os juros cobrados no país, como em empréstimos, financiamentos e até mesmo em investimentos como Tesouro Direto.

Quando a Selic sobe, os juros dos bancos também sobem. Quando ela cai, o crédito costuma ficar mais barato. Essa é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação.


Por que o Copom aumentou a Selic novamente?

O aumento da Selic para 14,75% ao ano foi motivado, segundo o comunicado do Copom, o que pressionam a inflação e a alta do juros no Brasil é a incerteza na economia dos Estados Unidos, devido a guerra comercial iniciada pelo presidente Donald Trump. 

“O ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua política comercial e de seus efeitos. A política comercial alimenta incerteza sobre a economia global, notadamente a cerca da magnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países, com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária”, escreveu o Copom.

O impacto do aumento da Selic no seu dia a dia

Agora que entendemos os motivos, vamos falar sobre o que realmente importa: como esse aumento afeta você?

1. Crédito mais caro

Se você pretende fazer um financiamento imobiliário, parcelar compras ou pedir um empréstimo pessoal, prepare-se: os juros vão subir. Os bancos repassam a alta da Selic aos consumidores.

  • Um financiamento de R$ 200 mil pode ter o valor final elevado em dezenas de milhares de reais.
  • Cartões de crédito e cheque especial, que já têm juros altíssimos, ficam ainda mais perigosos.

2. Consumo em queda

Com crédito mais caro e menos dinheiro disponível, as famílias tendem a reduzir o consumo. Isso afeta desde grandes compras até o dia a dia: supermercado, lazer, vestuário.

  • Menos consumo = menos vendas = menos produção = menos empregos.

3. Desemprego e informalidade

Empresas, principalmente as pequenas, sentem o baque primeiro. Com a queda nas vendas, vêm os cortes de custos e, infelizmente, demissões. Muitos trabalhadores acabam na informalidade, sem direitos ou estabilidade.

4. Inflação pode cair… mas com sofrimento

Sim, o objetivo da alta da Selic é controlar a inflação. Mas isso acontece reduzindo o ritmo da economia — o que tem um custo social alto. A inflação cede, mas o povo sofre com desemprego, pobreza e desigualdade.

5. Rendimento maior em investimentos conservadores

Nem tudo é ruim. Quem tem dinheiro aplicado em Tesouro Selic, CDBs e fundos DI, por exemplo, começa a ver uma rentabilidade mais interessante. Mas atenção: isso vale para quem tem reserva — e não para a maioria dos brasileiros.


E o pobre, como fica?

As camadas mais pobres da população são sempre as mais atingidas por políticas de juros altos. Vamos entender por quê:

1. Dependência do crédito para sobreviver

Muita gente usa o cartão para comprar comida ou pagar contas básicas. Com juros mais altos, essas dívidas se tornam impagáveis. O endividamento vira uma bola de neve.

2. Menos acesso ao mercado de trabalho formal

Com empresas contratando menos e demitindo mais, quem está na base da pirâmide é o primeiro a perder o emprego e o último a conseguir um novo.

3. Inflação de alimentos pesa mais

Mesmo com a Selic mais alta, alguns preços seguem subindo — especialmente alimentos e itens básicos. Para quem ganha pouco, isso significa reduzir refeições ou escolher produtos mais baratos e menos nutritivos.

4. Moradia e aluguel pressionados

O aumento da Selic também afeta os financiamentos imobiliários. Com juros mais altos, menos gente compra imóveis. Isso pressiona o mercado de aluguel, que sobe, e torna ainda mais difícil o acesso à moradia digna.


Existe saída? O que pode ser feito?

A política de juros altos é uma ferramenta legítima, mas sozinha, não resolve os problemas estruturais da economia brasileira. Veja o que seria necessário para aliviar o peso sobre os mais pobres:

1. Reformas estruturais

  • Redução de gastos ineficientes;
  • Reforma tributária justa, que não penalize os mais pobres;
  • Incentivo à produtividade e inovação nas empresas.

2. Apoio à renda e à inclusão financeira

  • Programas de transferência de renda mais eficientes;
  • Acesso a crédito mais barato para microempreendedores e autônomos;
  • Educação financeira nas escolas e comunidades.

3. Política fiscal responsável

Um governo que gasta com responsabilidade e passa confiança aos investidores permite que os juros caiam mais rápido — sem comprometer o combate à inflação.


O que você pode fazer agora

Você pode não ter controle sobre a taxa Selic, mas pode tomar atitudes para proteger sua vida financeira:

1. Evite novas dívidas

Se possível, adie compras parceladas, evite o crédito rotativo e não entre no cheque especial.

2. Negocie dívidas existentes

Busque taxas menores ou portabilidade de crédito. Bancos digitais costumam ter opções melhores.

3. Faça uma reserva de emergência

Mesmo que seja pouco, comece a guardar. O ideal é investir em produtos atrelados à Selic, como o Tesouro Direto.

4. Invista com mais consciência

Com a Selic alta, investimentos de renda fixa ganham força. Aproveite, mas sempre compare taxas, prazos e riscos.

5. Eduque-se financeiramente

Busque conteúdo de qualidade. Informação é a melhor arma contra a crise.


Conclusão

O aumento da taxa Selic para 14,75% ao ano é uma resposta direta ao desafio da inflação no Brasil. Porém, como vimos, essa medida vem acompanhada de efeitos colaterais severos, principalmente para os brasileiros mais pobres.

Os impactos vão desde crédito mais caro, desemprego, queda no consumo até o aumento da desigualdade. O caminho para superar esses desafios passa por políticas públicas inteligentes, educação financeira e ações individuais conscientes.

A Selic pode parecer distante, mas ela está no preço dos alimentos, no aluguel, nos combustíveis e tudo fica mais caro quando a selic sobe. Fique atento, se informe, e cuide do seu dinheiro com mais carinho do que nunca.


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Meu nome é Ivan da Silva, investidor há mais de um ano e apaixonado pelo mundo dos investimentos. Acredito que informação de qualidade é essencial para tomar boas decisões financeiras, e meu objetivo é compartilhar conhecimento para ajudar você a entender melhor o mercado e investir com mais confiança. Aqui no site, você encontrará análises, dicas e conteúdos atualizados sobre finanças e investimentos. Seja bem-vindo e aproveite para transformar sua relação com o dinheiro.

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