Selic sobe para 15% ao ano: o maior patamar em 20 anos. Entenda o impacto no seu bolso
A taxa Selic atingiu 15% ao ano, a mais alta em 20 anos. Isso levanta uma série de alertas sobre a saúde econômica do país e o impacto direto no seu dinheiro.
Neste artigo, você vai entender:
- Por que a Selic subiu e como isso ameaça seu dinheiro?
- Por que a dívida do Brasil está tão alta?
- A bomba-relógio do Governo: como a dívida pública pode quebrar o Brasil?
1. Por que a Selic subiu e como isso ameaça seu dinheiro?
A Selic é a taxa básica de juros da economia, usada pelo Banco Central para controlar a inflação. Quando ela sobe, os juros de empréstimos, financiamentos e até mesmo dos seus investimentos também sobem.
Mas afinal, por que ela está tão alta em 2025? Dois motivos principais explicam isso:
🔺 1. Dólar em alta
De 01/06/2006 até 16/06/2025, o dólar subiu mais de 155%, com uma média anual de 4,8%. Isso pressiona os preços de produtos importados e de muitos itens do nosso dia a dia, como alimentos, combustíveis e eletrônicos, que são precificados em dólar.
Quem sente mais essa alta?
As famílias de baixa renda, especialmente quem ganha até dois salários mínimos. Com menos poder de compra, elas são as primeiras a sentir o impacto da inflação e dos juros altos.
🎯 2. Inflação fora da meta
A meta de inflação do Banco Central para 2025 é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. No entanto, a projeção atual do Boletim Focus aponta 5,51% de inflação, bem acima do ideal.
Para conter essa alta, o Banco Central eleva a Selic, freando o consumo e o crédito. Ou seja, fica mais caro tomar empréstimos, parcelar compras e até manter o cartão de crédito em dia.
2. Por que a dívida do Brasil está tão alta?
A dívida pública é resultado da diferença entre o que o governo arrecada e o que gasta. Esse desequilíbrio vem se agravando por diversos motivos:
📉 De superávit a rombo nas contas
Entre 2003 e 2014, o Brasil surfou uma boa onda de exportações, com o boom das commodities. O país vendia mais do que comprava e isso aumentava a arrecadação.
Mas de 2014 pra frente, tudo mudou:
- Recessão econômica
- Pandemia da Covid-19
- Auxílio emergencial (R$ 288 bilhões pagos em 2020)
Esses fatores empurraram o país para 8 anos seguidos no vermelho, até que em 2022, graças aos dividendos pagos pela Petrobras e à criação de novos impostos, o governo voltou a ter superávit primário.
📊 Mesmo com recordes de arrecadação, o déficit continua
- Em 2024, o Brasil arrecadou R$ 2,65 trilhões – o maior valor em 30 anos.
- Em 2025, até 23 de abril, já foram arrecadados R$ 1,27 trilhão, segundo o Impostômetro.
- Mas os gastos públicos já superaram R$ 1,616 trilhão, de acordo com a plataforma Ga$to Brasil.
Ou seja, mesmo com arrecadação alta, o Brasil continua gastando mais do que arrecada.
3. A bomba-relógio do governo: a dívida pública pode quebrar o Brasil?
A relação dívida/PIB é um dos principais indicadores da saúde fiscal de um país. E o Brasil está entre os países que mais pagam juros em relação ao tamanho da economia.
Isso significa que grande parte do dinheiro público está sendo usada para pagar juros da dívida, e não para investir em infraestrutura, educação ou saúde.
Quanto maior a Selic, mais cara fica a rolagem da dívida pública.
Esse cenário de juros altos e dívida crescente coloca o país numa situação delicada. Se não houver um controle mais firme dos gastos públicos, o Brasil pode caminhar para uma crise fiscal mais séria – o que impacta a economia, os empregos, os investimentos e o seu bolso.
Conclusão: como proteger seu dinheiro nesse cenário?
- Evite dívidas com juros altos – principalmente cartão de crédito e cheque especial.
- Busque investimentos atrelados à Selic ou ao CDI – como Tesouro Selic e CDBs.
- Diversifique sua carteira – renda fixa, fundos imobiliários, ações e, se possível, ativos no exterior.
- Acompanhe a evolução da política fiscal e monetária – decisões do governo e do Banco Central afetam diretamente o mercado financeiro.
A Selic em 15% é um sinal de alerta. É hora de cautela, informação e estratégia para preservar e fazer crescer seu patrimônio.
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